quinta-feira, 6 de junho de 2013

Seja um agente de leitura


Postado por: Eliana Freitas

Depoimentos sobre nossas experiências de leitura e escrita

Para mim, ler e escrever nunca foi chato nem difícil, pois sempre gostei tanto de ler quanto de escrever.
Recordo-me de muitas coisas, principalmente do incentivo e da dedicação de minha mãe, que tinha o dom de ensinar.
 Por volta de 1937, esteve no Colégio Bom Conselho em Taubaté-SP, como órfã; não como interna pagante. Como ela mesma dizia: "Como órfã, eu tinha que aprender para ensinar as internas. Aprendi mais que muita jovem interna, embora não tenha me formado." Ela gostava de ler, escrevia muito bem e tinha uma caligrafia de professora primária. Foi ela quem alfabetizou meu pai, e sempre me contava histórias infantis, cantava para mim, me ajudava com as tarefas e com os trabalhos escolares. Ensinou-me os numerais romanos, pois tinha dificuldade em aprendê-los.
Fui tia aos quatro anos de idade, e logo que aprendi a ler, já comecei a ler histórias infantis para os meus sobrinhos. Eu me divertia com os livros coloridos e cheios de ilustrações, e ficava conhecendo cada vez mais histórias: Pinóquio, Os Três Porquinhos, Branca de Neve e os Sete Anões, Chapeuzinho Vermelho, Cinderela, A Bela Adormecida, João e o Pé de Feijão, O gato de Botas etc.
Quando eu tinha meus oito anos, minha mãe lia para mim histórias bíblicas do Antigo Testamento, com uma doçura, que lhe era peculiar. Eu adorava, e logo comecei a ler sozinha também. Eram fascículos com histórias ilustradas e muito atrativas.
Nas séries iniciais do primário, lembro-me que fazíamos na escola, as chamadas composições, a partir de paisagens coloridas, que ficavam expostas num tripé à frente da sala de aula. Eu gostava e tinha facilidade para escrever minhas histórias.
No ginásio e no colegial, não foi diferente, sempre fui curiosa, interessada, detalhista e perfeccionista. Gostava de escrever, fazia anotações nos livros que lia, anotava tudo o que achava interessante: nas aulas, em palestras. Gostava de gramática, gostava de fazer pesquisas, organizá-las, escrever textos de desabafo, redações argumentativas, consultar o dicionário, fazer palavras cruzadas e já me arrisquei em escrever um ou outro poema também. Tinha notas muito boas nas redações.
Na adolescência, organizei um caderno com muitos pensamentos, o qual se perdeu. Porém, ainda tenho o hábito e o prazer de anotar pensamentos, mensagens, reflexões, poemas etc. Tenho o costume de levá-los para iniciar as minhas aulas. 
Gostaria de registrar, que dentre os livros que li na adolescência e reli mais tarde, O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint Exupéry, é um dos meus favoritos, adoro suas mensagens poéticas e filosóficas sobre a vida e a amizade.
Aos dezessete anos (hoje tenho 51), romântica e apaixonada pelo jovem que hoje é meu marido, organizei, durante onze meses, um caderno de poemas, letras de música, pensamentos, salmos, textos reflexivos e românticos, citações de livros, entre outros textos escolhidos cuidadosamente; tudo escrito e decorado com capricho. Fiz uma pequena introdução no início, e no final, fiz o fechamento com palavras minhas e com o Salmo 23. Ele existe, está bem conservado, guarda flores e folhas secas em algumas de suas 136 páginas amareladas pelo tempo, suas mensagens, são lindas, atuais e ainda me emocionam muito!
Enfim, as minhas lembranças e experiências com a leitura e a escrita são muito boas. Talvez, por essas e outras eu tenha escolhido fazer a faculdade de Letras...
Adoro ler poesia, romances românticos, salmos e provérbios bíblicos, contos de fadas e histórias infantis, textos e livros de autoajuda, curiosidades, tudo sobre folclore, dicas de moda, beleza, saúde, alimentação etc.
Alguns escritores que aprecio: Cora Coralina, Vinícius de Moraes, Drummond, Cecília Meireles, Mário Quintana, Manuel Bandeira, Clarice Lispector, Castro Alves, Fernando Pessoa, Miguel de Cervantes, Shakespeare, John Steinbeck, entre muitos outros.
A leitura me leva a viajar para outros mundos, a imaginar ambientes, personagens, trajes, detalhes, nuances, objetos, expressões visuais etc. É como se eu fizesse parte da história que leio.
O ato de ler é muito interessante e envolvente. Além de nos levar a conhecer outros mundos, sem sair do lugar; é uma experiência pessoal, única e intransferível. Cada leitor tem a sua, a partir de suas próprias impressões e sensações durante a leitura.
Cada leitor, quando conta o que leu, o faz do seu jeito, mesmo que conte a mesma história que outra pessoa, o faz de modo particular.


Postado por: Eliana Freitas

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Meu gosto pela leitura se deu na escola, com professores apaixonados por leitura. Lembro-me de ser uma criança muito tímida e reservada e quase como esconderijo, me refugiei nos livros. Lia desde muito cedo e buscava uma resposta para minhas inúmeras perguntas sobre a vida e o comportamento humano. Nos intervalos das aulas ia me refugiar na biblioteca, eram corredores apertados,empoeirados, mas isso nunca me incomodou. Buscava sempre os maiores livros, os mais velhos, achava que neles encontraria algo misterioso e precioso. Ao ler esses livros viajava por lugares distantes, conhecia pessoas diferentes, criava um mundo de fantasia, bem mais interessante do que o meu cotidiano de criança do interior, sem muitas opções de escolha. Sempre que relembro aquele tempo me vejo andando pela escola com um livro embaixo do braço. Mais tarde, vim a saber, por um amigo, que essa minha atitude despertava o interesse das pessoas, desde aquela época as pessoas já achavam estranho um jovem ler e se perguntavam: O que uma menina tão novinha faz "enfiada" dentro de uma biblioteca e sempre com um livro embaixo do braço? Tenho saudade desse tempo todo livre que tinha para ler o que quisesse.

Postado por: Eliane Faria 

terça-feira, 4 de junho de 2013

Experiências de leituras. Conte sua história...

Lembro-me com saudades de momentos quando ao cair da noite, em volta do fogão à lenha, meus avós me colocava sentada e ali começam a contar histórias de assombração.

Meus avós não sabiam ler nem escrever, mas eram excelentes contadores de histórias, tinham facilidades para inventar histórias, mas sempre de assombração.

Hoje percebo o porquê sentia tanto medo daquelas histórias, o cenário contribuía, pois meus avós moravam na zona rural e não havia energia elétrica.

Adoro contação de histórias, tudo que leio conto para meus alunos e procuro envolve-los para que sintam vontade também de ler o livro

  
           Foi acreditando que "a literatura, como toda arte, é uma confissão de que a vida não basta" que sigo ensinado meus alunos a ler. Sentamos, ou nos espalhamos, (eu sempre leio com meus alunos) no pátio da escola, apoiados em tapetes e almofadas, misturados a diversos gêneros literários, que providencio geralmente com meus próprios recursos, pois as crianças não querem mais aqueles mesmos livros que as acompanham desde o ciclo 1. Comecei a pegar os livros de minhas filhas e a comprar livros que saiam na mídia, aqueles especialmente direcionados para os adolescentes, isso funciona. As crianças gostam de livros novos. Faço leitura em voz alta, roda de leitura, roda de conversa e  levo para sala de aula  livros para emprestar para meus meus alunos. Dou muita importância à leitura, pois foi com ela que descobri e redescobri o mundo.


Postado por: Eliane Faria
Contando histórias...